Advogados dos réus dão indícios de suas teses de defesa

A primeira sessão de depoimentos de testemunhas de defesa no processo criminal sobre o incêndio na boate Kiss foi tranquila no Salão do Júri do Fórum de Santa Maria. Foram ouvidas duas pessoas indicadas pelo defensor de Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira e réu no processo.

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As perguntas foram praticamente repetições dos questionamentos feitos nas duas fases anteriores em que foram ouvidos sobreviventes e testemunhas de acusação.

A diferença é que, em conjunto, as questões feitas pelos advogados apontam a tese de cada defesa. Jader Marques e Bruno Menezes, defensores dos ex-donos da Kiss, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, respectivamente, sinalizaram responsabilidade da banda pelo uso dos artefatos pirotécnicos e não da casa noturna.

Além disso, Marques perguntou às testemunhas se sabiam de alguma intenção por parte de um dos réus de provocar o incêndio, rebatendo a tese da acusação de homicídio doloso (onde há intenção de matar) e pretendendo a desclassificação do crime para culposo (onde não há intenção).

Já o advogado de Santos, Omar Obregon, apontou como testemunhas pessoas do convívio do réu e que devem abonar a conduta do vocalista.

Gilberto Weber, que defende Luciano Bonilha Leão, fez questão de deixar evidente que o produtor de palco não era integrante da banda e, portanto, não tinha poder de decisão sobre as apresentações e nem sobre os locais onde a banda tocaria.

Os depoimentos seguem à partir das 14h, quando serão ouvidas mais três testemunhas. Entre elas está o dono da boate Ballare, Nilvo Dornelles.

OS RÉUS NO PROCESSO CRIMINAL POR HOMICÍDIO

Quatro pessoas respondem por homicídio e tentativa de homicídio com dolo eventual (assumiram o risco de produzir o resultado), qualificado por fogo, asfixia e motivo torpe. 

Quem são os réus:
- Elissandro Spohr, o Kiko, um dos sócios da Kiss
- Mauro Londero Hoffmann, outro sócio da casa noturna
- Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira
- Luciano Bonilha Leão, produtor de palco que trabalhava para a banda Gurizada Fandangueira